os desafios da reabertura do mercado da arte na europa

Aos poucos, o mercado europeio esta-se preparando para voltar abrir as casas de leilões e as galerias de arte, mas com muitos desafios já que a ameaça do Covid-19 continua.

 

Escrito por Bac. Melanie Bairo – Perito de Arte

London Association of Art & Antiques Dealers

A iniciativa RAM (Responsible Art Market) começou a conversa sobre o assunto no webinar “Lifting The Lockdown: Challenges & Practical Solutions For Art Businesses” (Abrir a quarentena: desafios e soluções práticas para negócios de arte) com Georgina Adam, editora geral de The Art Newspaper, como moderadora e três palestrantes representando diferentes setores do mercado da arte: Cliodhna Murphy, da galería Hauser & Wirth, Freya Simms da organização LAPADA (London Association of Art & Antiques Dealers), e Myrian Christinaz do departamento de relógios da Phillips na Suíça.

Suíça agora está abrindo suas casas de leilões. Myriam Christinaz confessou que a apertura traz um desafio enorme no que respeita às expetativas do cliente sobre a exposição e leilão como eventos já que o público usualmente vive a experiência não só como um momento de compra se não que também inclui o social e lazer. Desde esse ponto de vista, a quarentena foi um momento no qual os clientes priorizaram compartilhar os seus interesses e a sua paixão pelo colecionismo via redes sociais, videoligações e webinars. Agora com a inicial reabertura o foco está virando aos negócios concretos. Para Christinaz, a quarentena foi um momento para desenvolver conexões com os clientes e reinventar o leilão.

Cliodhna Murphy desde Londres contou que as galerias estão se preparando para reabrir com estritas normas de higiene e treinando as equipes de funcionários sobre tudo na manipulação das obras grandes e tridimensionais. A melhor decisão forçada pela quarentena segundo Murphy, foi prolongar as exposições e realiza-las numa escala menor. Destacou que a quarentena e o distanciamento obrigou procurar soluções criativas e fortaleceu a sua equipe, encontrando talentos ocultos dentro dos departamentos.

No que respeita às artes decorativas, a diretora da LAPADA Freya Simms informou que houve um aumento da compra de mobiliário e mencionou que a quarentena foi um momento para acelerar a realização de webinars e otimizar uso das redes sociais.  

As três especialistas concordaram que o coronavírus trouxe uma mudança importante no que respeita às feiras de arte já que muitos colecionistas podem evitar viajar e tudo o ritmo habitual foi modificado. Alem disso, as consequências da Covid podem piorar se considerar o fator Brexit. Murphy usou a palavra “incerteza”, entanto que Simms mencionou que o fato acrescenta pressão às questões relacionadas com a lavagem de dinheiro e que a colaboração será a chave para sair dos problemas. Christinaz foi mais otimista, mencionou novamente a paixão pelos colecionadores como um fator de influência positiva.